Trago uma proposta muito distinta. Aqui não existe nenhum interesse pela história. Este ambiente é como uma nave “não-espacial”, você está prestes a ser abduzido para fora do seu pequeno mundo.
Aqui é paz, abundância, quietude, silêncio, criatividade, deleite. Porém, para habitar esse “lugar”, existe uma condição: você precisa abandonar a mente. Ela não consegue chegar Aqui. A sua mente fica no mundo. Ou seja, tudo o que é valioso à sua mente, as suas possessões, há de ser abandonado.
A qualquer momento a nave pode partir, não dá tempo nem de telefonar para sua mãe, para se despedir. Uma vez que as portas da nave se fechem e o piloto ligue o motor, você não tem mais mãe, telefone, nome, pronome... e todos os seus derivados.
O bilhete desse vôo é dar-se conta que tudo não passa de histórias na sua mente. As histórias são inventadas e mantidas através de uma repetição crônica. É a síndrome da repetição crônica: todos que a repetem acreditam piamente que seja verdade.
Que tal? Está disposto? Você deixaria as histórias e seus pertences aparentemente tão valiosos para trás? Como sei que você ainda não está pronto, vamos conversando devagarinho, aos poucos você vai sendo seduzido pela proposta.
Não é uma questão de tempo, é um desengate. De repente, quando você menos espera, entra em ponto-morto. De repente o piloto anuncia que estamos a nível de cruzeiro, gastando o mínimo zero de combustível. Silêncio absoluto.
Desengatar-se da história compromete a história. Entrar em contato com o Absoluto, com essa não-coisa, rouba de você a necessidade de historiar, tanto para trás quanto para frente. Tal qual você se concebe, a história é tudo o que você tem. Você é a sua história. Então, para começarmos a conversar, a minha pergunta é: sem a sua história, quem seria você?
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