sábado, maio 11

o silencio sobrevive à morte



















Participante – Satyaprem, noto aqui com você que qualquer pergunta perde o sentido.

Sim, perde. E é para isso que este encontro acontece. No momento em que as fichas começam a cair e esta observação se torna verificável, observável como fato, como realidade, o que acontece com as perguntas e todas as suas inquietações?

Participante – Desaparecem.

Não há inquietação, só paz. Essa é a essência do seu Ser. De repente brota uma vontade de chorar, uma vontade de dançar, de rir... De repente você vê como tudo é tão vasto e lindo. Onde você estava com a cabeça? Durante todo esse tempo o mundo te forçou a olhar para outra realidade, a realidade dos sentidos. Agora se abre uma nova porta.

Disseram para Sócrates, no momento de sua morte: "Você está condenado a morrer". Ao que Sócrates respondeu: "Vocês também" – com imensa tranquilidade. Ele estava morrendo e dizia: "Os meus pés estão dormentes, não mais os sinto. Mas quem eu sou continua intacto, o mesmo. Agora, não sinto mais as minhas pernas. Mas quem eu sou continua intocado, perfeito. Os meus braços e mãos estão dormentes e daqui a pouco o meu coração vai parar, mas quero que vocês saibam que quem eu sou continua intocado, total".

Isso é Presença. Isso é totalidade. Isso é plenitude. Esta é a realidade para a qual Satsang nos convida. Posto o equívoco à prova, o que fica? As perguntas desaparecem. Os ruídos desaparecem. Mantê-los intactos é o único impedimento para ver quem você é. Assim que, sem enganos, o que fica é o Silêncio. Virgem. Intocado. Do qual Sócrates estava falando. E é a isso que me refiro.

Um comentário:

  1. E falando em Sócrates... Não posso esquecer que ele certa vez afirmou a respeito de suas caminhadas pelo mercado: "Como é bom apreciar essas tantas coisas das quais não necessito para viver."

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