quarta-feira, outubro 20

amante do Silencio




















Como é possível deprimir-se, face à visão do Silêncio que você é?
Só é possível estar deprimido se os seus sonhos caíram por terra.
Mas, no contexto de Satsang, des-iludir-se significa, de uma certa forma, que você está indo no caminho certo.
Você pensa: "Agora, o que eu posso fazer com a minha vida, já que eu não sou quem eu pensava?"
Eu insisto: o que fazer com a vida, além de vivê-la intensamente?

Em observação, você há de notar que as coisas passam e você não passa.
E se tudo passa por você, mais precisamente é possível ver que até o seu corpo - aquilo que você vinha chamando de você - está em passagem, está de passagem. Portanto, como preocupar-se com aquilo que está passando e que, inevitavelmente, passará?
Se você for um poeta, como Mario Quintana, dirá: “Eles passarão e eu passarinho!” Essa é uma forma tão bonita de aludir àquilo que eu sou!
Os outros existem no tempo, eu não.

Onde pode haver confusão se você começa a notar a si mesmo como aquilo que observa?
Note! E quando eu digo notar a si mesmo, é um notar sabendo, é um notar sendo.
Não estou me referindo à observação de um objeto.
Estamos falando de uma observação direta:
eu sei que sou porque eu sei que sou, porque eu sei que sou, porque eu sei que sou, porque eu sei que sou, porque eu sei que sou...

O saber quem você é, não é um ambiente contaminado pela mente.
O saber quem você é, na verdade, é ser quem você é.
Significa que você atingiu diretamente o Ser que você é.
E o Ser institui um saber que não é via a mente.

Veja que você não é quem está sendo apontado para como sendo você. Isso institui um saber imediato. É um saber sem saber.
É um saber intuitivo, é um saber que vem diretamente da fonte - a fonte sabe.
Eu até gosto de brincar com a palavra "Consciência": com-ciência.
Já se deu conta do que significa Consciência? Com-sabedoria, com-saber.
A Consciência não precisa aprender, ela já é sábia.
Ela é a fonte de toda a sabedoria. 


Buscando a si mesmo dentro deste que você pensa que é, o que encontra?
Não tem ninguém!
Agora, indo mais fundo, você encontra dentro de si um profundo Silêncio.
Chega um momento em que, por falta de potência, realizamos que realmente não somos quem pensávamos que éramos.
Você é o Silêncio. E render-se ao Silêncio como sendo você, é um ato de humildade.
Arrogância é dizer que você não é o Silêncio.
Tudo o que você vê no universo - cantando, voando, nascendo, morrendo, chorando, celebrando - o que quer que seja, é a Consciência.
Des-imaginando, sentado em Silêncio, aqui e agora,
o que você tem nas mãos?
É preciso ser um amante do Silêncio, um amante da meditação para atender ao chamado de Satsang.

Um comentário:

  1. Satya diz :
    "Buscando a si mesmo dentro deste que você pensa que é, o que encontra?
    Não tem ninguém!"

    Isto.Isto.Isto. Mil vezes isto. Certo Mestre ?

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