terça-feira, abril 26

sem registro, isso!

























Quando começamos a nos dar conta de que o “ver” é impessoal, nasce a possibilidade de realizar que o que acontece com o corpo no dia a dia, é pura expressão daquilo que somos. A partir desse ponto, é muito mais importante “ver” do que qualquer “fazer”.

Qualquer coisa que você faça, decorre de uma série de circunstâncias, que não sabemos de antemão quais são. No entanto, o “ver” é absoluto. Ao procurar a entidade que você pensa ser, o que encontra? Aquiete-se e veja que, no lugar dessa entidade, há algo totalmente pacífico, silencioso e impessoal. Isso é você! Você pode não acreditar, mas é.

Acordar, então, é ver que nada precisa acontecer. Acordar não é algo que acontece para alguém. Acordar é a revelação de que não tem ninguém. Desse modo, não há nada para acontecer nem alguém com quem aconteça. Acordar acontece para ninguém. E, na verdade, não acontece.

As pessoas e talvez você também esteja procurando por um acontecimento. Este é um velho hábito. Estamos muito acostumados aos acontecimentos. O homem precisa de registros. Você tem o registro do seu nascimento, o registro da Primeira Comunhão, o registro da escola, o registro do noivado, o registro do casamento, o registro do divórcio... para tudo o que acontece, você tem um registro. Até porque, se não houver nenhum registro, o que acontece com essa falsa entidade entitulada “eu”? Sem registros fica óbvio que a entidade não existe. Ela só existe porque existe registro dela, porque tem uma história para contar.

Já aquilo para onde Satsang aponta, para onde eu insisto em chamar a sua atenção, é algo que não precisa de registro. Porque, é nisso que as coisas acontecem. Tudo acontece e desacontece nisso. E isso não acontece nem desacontece.

Isso não é o seu corpo, porque o seu corpo está acontecendo nisso. Isso não é a sua mente, porque a sua mente está acontecendo nisso. Isso não são os seus sentimentos e sensações porque ambos estão acontecendo nisso.

Acordar proporciona uma mudança de ponto de vista, um entendimento. Você começa a ver que o corpo e a mente não são você e tampouco têm escolha. Tudo o que acontece, acontece nisso. E isso vê tudo acontecer e desacontecer. Enquanto podemos por assim dizer que isso é um não-acontecimento.

2 comentários:

  1. O Satyaprem é um guerreiro; usa o arco e a flecha com perfeição.
    Ele acerta o alvo, sempre.
    Nós é que não percebemos que ele acertou o alvo.
    Grato.Namastê.

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  2. "Ao procurar a entidade que você pensa ser, o que encontra? Aquiete-se e veja que, no lugar dessa entidade, há algo totalmente pacífico, silencioso e impessoal. Isso é você! Você pode não acreditar, mas é."
    Essa é muito boa Satyaprem, se não vemos é porque não queremos ver mesmo, estamos com uma ideia de que somos a imagem de nosso corpo acontecendo e não saímos disso, não dá nem para explicar porque ninguém quer saber... Só vendo!

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