segunda-feira, julho 18

de dentro para fora, coisa nenhuma





















O “agora” não é um objeto, o agora é você! Portanto, não pode haver, de maneira nenhuma, a proposta de que amanhã você chegará no agora, apesar de todo o seu substrato mental e intelectual estar baseado neste paradigma.

Você considera que depois que melhorar isso ou aquilo, depois que conseguir isso ou aquilo ou depois que fizer isso ou aquilo estará em paz – conta sempre com o depois, sem perceber que esse depois nunca chega. Proponho, então, que a porta do agora seja aberta e você dê uma olhada. Abrir a porta do agora facilita absolutamente o nascimento de quem você verdadeiramente é, e isso funciona como uma pira funerária para aquele que você pensa que é. Você está pronto? Podemos seguir em frente?

Pondere: você é amigo ou inimigo do agora? Com quem você se identifica nesse instante? Percebe que a ideia de que sua realização esteja num outro momento que não agora deixa subentendido que agora tem algo que não está bem, que alguma coisa está lhe faltando?

Você está sempre brigando com o agora e não se liberta disso, sem se dar conta de que brigar com o agora é o que dá substância para ser este que você se pensa. Você acredita estar muito tenso e que quando estiver relaxado poderá tomar as decisões que precisa. Ou seja, usa o agora como uma preparação para ficar no agora depois. Isso é absurdo!

Quando descobrimos que toda a especulação a respeito de uma possível melhora está baseada na não-aceitação do momento presente, desmascaramos este que se faz passar por você. Veja que absurdo! Uma entidade imaginária que se faz passar por você, que assina seus cheques, dorme na sua cama, transa com seu amado... mas não é você. Que tal processá-lo por falsa identidade?

Veja que não há nenhuma necessidade de fomentar o amanhã e pare de brigar com o agora. Afinal, de onde vem o amanhã? De onde vem essa prorrogação? Vem da não aceitação do que está posto agora. Você insiste em brigar com o agora e, com isso, o agora briga com você.

Veja que qualquer definição a que você se atenha são vindas do ontem. Você se autodefine através de memórias e histórias contadas. No entanto, esse que você é não depende, absolutamente, de nenhum apoio histórico. Na verdade ele é completamente ignorante a respeito da história.

Ou você é quietude agora, e essa quietude revela quem você é – de fora para dentro e de dentro para fora – ou você fica submerso nas noções históricas a respeito da sua concepção.

Qualquer noção que você tenha baseado numa história propõe chegarmos no agora depois de entendermos certas coisas. Mas o agora é ininteligível, não é possível entender o agora. E, ademais, você e o agora não são duas coisas distintas.

2 comentários:

  1. owwwgod isto está cada vez melhor. céus!

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  2. gostei muito do texto,

    inspirador,

    ultimamente tenho vivido no presente,

    sem ficar remoendo o passado

    ou imaginando um futuro.

    -

    mas tenho uma duvida que as vezes surgi,

    mulher, sou solteiro, e não tenho experiencias,

    tenho minhas curiosidades sobre relacionamentos,

    logo é um tipo de desejo, de vontade,

    que eu não posso ter no agora,

    sei que eu cuida do agora, o futuro surgi dele,

    mas como fazer com esta ânsia, esta inquietação?

    xD

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