terça-feira, junho 26

ressonância e silêncio


 

A todo instante tem um impulso, vindo não se sabe de onde, pedindo para que você continue criando ruído. O ruído impede o trânsito de entendimento fluido entre dois pontos. No contrário, há ressonância. Alinhando dois objetos na mesma frequência, a vibração de um dos objetos, reflete no outro. Sem ruído algum, limpo.

 

Entre os chamados "seres humanos" a possibilidade de ressonância é praticamente zero. Na verdade, arrisco dizer que somente quando deixamos de ser humanos é que pode haver ressonância. Ressonância, portanto, é aquele momento em que "você" desaparece.

 

Quantas vezes você tenta impor a sua vontade sobre algo ou alguém? Aqui vale chamar a sua atenção para a auto-observação – é fundamental. Na medida em que observamos a existência de movimentos inconscientes na direção de uma tomada de poder sobre algo ou alguém, somente assim, trazendo à luz este comportamento, há a possibilidade de ressonância, antes disso não.

 

Osho diz que "meditação é a eliminação do intermediário entre você e a realidade". Acho muito pertinente, porque todo o nosso propósito aqui está em eliminar o intermediário entre você e a realidade. É tão crítico este ponto, tão profundo, que quero sublinhar: a única coisa que diz que existe realidade separada de você é o intermediário. Na medida em que você remove o intermediário, a mente, nada precisa ser feito.

 

Para finalizar, reforço, então, o meu convite: investigue brevemente e veja quem é este intermediário entre "você" e a "realidade". É neste momento que meditação deixa de ser um fazer, e se torna a sua natureza. Lembre-se: Silêncio é fundamental. Para o intermediário, Silêncio parece uma coisa alienígena, estranha à sua natureza. O intermediário é o impedimento. Mas, investigando, você fica cara a cara com a sua natureza. 

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