Participante – A sua proposta não é que eu pare a mente, pois você afirma que ela sempre vai continuar presente.
Sim, ela vai continuar – mas você deve saber que ela não é você. Dessa forma, ela tenderá a encontrar um outro ambiente que a acomode de forma mais confortável.
A mente vai se ausentando cada vez mais até que, num momento de extrema clareza, você vê que não tem mente em lugar nenhum. Note o Silêncio presente agora.
Nosso encontro potencializa essa revelação, porém, essa experiência pode ocorrer através do seu próprio discernimento e esclarecimento. A mente está lá e você está aqui. Sem um relacionamento profundo com ela, sem magnetização, ela se perde.
Podemos ilustrar de outra forma. Visualize um centro com uma órbita de pensamentos à sua volta. O que mantém essa órbita intacta é o centro – lá estão o "eu" e o "meu". Se rotula tudo o tempo todo, você magnetiza essa órbita, mantendo-a em movimento. No momento em que assumir o não-eu e o não-meu, a órbita perde a gravidade.
"Gravidade" é uma palavra interessante de usar nesse contexto. Uma pessoa egóica é uma pessoa "grave". Uma pessoa sem ego é leve, é light – e a luz não tem gravidade nenhuma. Na luz, nasce a não-pessoa.