Não há resposta a ser procurada. A questão é irrelevante, é somente um dispositivo que aponta para que você veja quem você é. Está além da periferia ou do centro. A pergunta – “Quem é você?” – somente aponta. A pergunta é feita e imediatamente você olha para aquilo que você é, sem passar por nenhum pensamento ou sentimento, sem intermédio. É uma experiência direta. É a experiência da não experiência. É algo que pode ser visto diretamente, sem reflexo.
Quem você é, existe embaixo de tudo o que acontece na assim chamada “periferia”. Você não pode ser percebido nem com os pensamentos, nem com os sentimentos, nem com a sua mente, nem com o seu corpo. Você é aquele que transcende o corpo e a mente. Você tem que ter uma experiência direta do Ser que você é.
O “Eu Sou”, o grande “eu”, é uma manifestação da Consciência em repouso. Não existe um “como”, a pergunta apenas aponta para você ver. Há um momento em que você tem que largar a pergunta também. A pergunta é abandonável, você só pergunta para ver – está além dos sentidos.
Você pode sentir uma manifestação energética, mas o Ser não é uma manifestação energética. O Ser está além das manifestações. As manifestações pousam nele, vêm dele. É o oceano e as ondas. O Ser não é escuro, nem claro. Ele não tem forma, limite, não tem o que você possa ver, é indefinível. Estamos aqui apenas para realizar que o que você vê não faz sentido intelectualmente. Sem possibilidade de descrição. No entanto, você é capacitado a ver e isso está disponível todo o tempo, aqui e agora.
Não existe um ponto de onde você venha. Não há um ponto de foco, de nascimento. Não tem um ponto de morte. O Ser não vem, nem vai – ele é a única coisa que permanece. O Ser não se move, não faz barulho; o Ser é apenas observação vinda de lugar nenhum. Chamemos de “Consciência”. Essa Consciência é tudo o que existe. Qualquer que seja a forma que essa Consciência tome, é ela. A forma, no entanto, é efêmera; a Consciência permanece. Tudo dentro desse oceano impossível.
Nenhum comentário:
Postar um comentário