quinta-feira, julho 7

apagando a historia pessoal





















Participante – Satya, você já falou algumas vezes sobre o Castañeda, Don Juan, e eu gostaria de entender algo, porque quando eu li não entendi nada. Ele fala muito de cessar a história pessoal, de cessar o diálogo interno. Ele fala também dos obstáculos do guerreiro, que é a auto-piedade, o poder, a clareza, o medo e a velhice. Isso da velhice, por exemplo, é uma das coisas que eu não compreendo. Pode falar sobre isso?

Que idade você tem?

Participante – Não sei!

Pronto! Esse obstáculo já não existe mais! Você se dá conta do que são os obstáculos?

Participante – Uma criança não tem noção de tempo, não é?

Nem o Silêncio tem noção do tempo. Olhe para dentro, no que Satsang nos aponta e veja – estou aqui para investigar com você. Qual é a diferença entre o ontem e o amanhã? Inclusive os neurologistas descobriram que, para os neurônios, não existe diferença entre algo vivido e algo imaginado. Tanto que você pode se alegrar ou ficar muito triste, simplesmente vendo um filme na televisão. Aquilo não tem nada a ver com você, mas os seus neurônios não sabem disso. E mesmo que você dê essa notícia, não adianta! Eles não te ouvem. Você simplesmente sente.

Para o Silêncio, tudo maya, ilusão. Uma pessoa sofre porque ela tem uma história que ela considera absolutamente real. E a única maneira que você tem de ajudar essa pessoa é convidando-a a ver que aquilo não é real, que aquilo não é verdade, que aquilo é uma história. Se você conseguir que ela ponha a história temporariamente de lado, pronto, cessará o sofrimento. No entanto, a melhor maneira de fazer isso é colocando a sua primeiro.

Coloque todas as histórias de lado. Qualquer enfoque que remeta a um personagem no tempo, o faz renegar quem você é de verdade. Você viu o que aconteceu quando me perguntou pelos obstáculos, terminando com a velhice? Eu perguntei a sua (real) idade, você olhou para o lugar certo, sem pensar, e compreendeu algo com totalidade. Você vê? Não se trata de uma sequência lógica, é uma compreensão que não permite sequer um caminho que possa ser traçado, pois acontece exatamente aqui, exatamente agora.

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