A Observação é eterna, o agora é eterno. Do ponto de vista da mente, nós chamaríamos isso de permanente. Mas o eterno não é permanente, porque o eterno não faz parte do tempo. Essa sentença não é crível pela mente, ela não consegue colocar esse ambiente em perspectiva, trata-se de uma grande novidade. Proponho que insista até que a realização seja límpida.
A mente pensa que existe um você. De nenhuma maneira sugiro que pare de pensar, apenas veja que é a mente que pensa que existe um você, e estaremos conversados. Você não precisa fazer nada com a sua mente, não se engane, ela não é sua. Deixe-a fazer o que quiser e não se envolva. Não há a menor exigência do Ser em alinhar a mente. Essa exigência vem da própria mente e é absolutamente falaciosa.
Tudo o que tentar fazer com a sua mente, estará sendo feito do ponto de vista da própria mente, não da Observação. Até porque, do ponto de vista da Observação – que é um ponto de vista sem ponto – não tem mente. No agora não tem mente. Olhe com acuidade e veja que isso não é discutível. De onde você está olhando, sei que não é possível ver que não há mente. Mas, de fato, não há. E, se quer provar, olhe para o agora.
Mergulhe no menos de um segundo e lá estará o Silêncio que você é. Para a mente seria fantástico organizar essas visões de uma maneira racional, para que pudesse controlar tudo o que passa. No entanto, esses lapsos, essas visões, são rompimentos dessa sequência, desse fluxo mental que organiza as coisas. Portanto não há nenhuma necessidade em organizar, a mente não tem nenhuma propriedade sobre isso. É justamente desorganizando a fluência da mente que um vislumbre acontece. Esse lapso de instante fora do tempo, onde você vê o agora, é sempre surpreendente. Não tente organizar. Quando você tenta organizar, ele some.
E, saiba, você não precisa falar sobre isso. O que você está vendo é visto nos seus olhos. Não perca tempo com explicações. A Verdade é Verdade até embaixo d’água – não tem o que fazer com isso. Não tem o que discutir ou melhorar. Repouse no agora e se renda à simplicidade de ser você, livre de explicações, ordem ou metas.
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