Gostaria de explorar ainda mais essa noção do pequeno eu. O pequeno eu está na presidência da república, no papado, no lamado... Aonde tem posição de poder, ele está inserido, porque ele adora poder.
É hilário! Registro ocorrências muito lúdicas de performances do pequeno eu. Houve o caso de alguém que, durante um Satsang, levantou-se e me deu seu nome e sobrenome para me situar a respeito de quem ele era. O pequeno eu é realmente descarado e acredita piamente que as formas, os pensamentos e os nomes que ele segura são ele. Mas não passam de posições, é tudo estratégia política, não tem nada a ver com despojamento.
Todo esse poderio, toda essa tensão só gera infelicidade – ao que o pequeno eu lê como virtude, traduzido de uma maneira cristã. Nos foi ensinado que, para chegar em algum lugar, devemos carregar nossa cruz. E, claro, a mente acredita que para chegar ao aqui e agora o mesmo deve ser feito.
Você não se aproxima do real porque está soterrado em pensamentos mal investigados. Você é regido por conceitos obscurecidos, sustentados por uma penumbra. Se acendermos a luz, eles se ocultam como ratazanas..
Participante – Satya, se eu relaxo nisso vou contra todas as minha programações e me parece muito louco, porque dá vontade de abrir mão de tudo.
O pequeno eu surge e vive disso, sem programações você não sobrevive. Desse jeito, você segura numa mão as propostas de Satsang e na outra guarda todas as suas estratégias e fica blefando.
Note que há uma ideologia de controlar a sua vida, com a perspectiva de viver da melhor maneira possível. Mas o que você faz para respirar; para digerir a comida que você come; para se apaixonar; para desapaixonar; para dormir; para acordar etc? Nada. Tudo acontece sem a sua participação. Descubra isso!
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