terça-feira, outubro 25

a prática do inviável e o óbvio


O que está em pauta nesse encontro que chamamos de “Satsang”, que significa “comunhão com a verdade”, é que você vem munido de uma carga mental de imaginação – imagens em ação – descritos como sendo você, e eu, como um espadachim, tento desviar (ou acertar) essas ideias pré concebidas.

Em outras palavras: você mente e eu questiono - até que um de nós canse. Espero que você canse primeiro, confesso. Então, vamos em frente! O seu papel é, justamente, ventilar com tranquilidade e sem pudor a possibilidade de questionar todos os conceitos que habitam a sua mente como reais. Ressalto que convém exagerar ao extremo a convicção de que você seja o objeto observado.

Só é possível ver, e realizar, quem você é, questionando aquilo que está posto como verdade sem o menor pudor. Você deve chegar ao ponto de total nudez. E quanto a isso, não se preocupe com “quem possa estar o vendo nu”, porque será apenas você vendo a si mesmo.

Assim, meu papel é meramente o de criar situações a fim de que você possa, aos poucos ou de uma vez por todas, notar aquilo que observa e, mais a frente, perceber a si mesmo como a observação e não como o objeto percebido.

A ideia de “eu” e “você”, e todas as ideias que decorrem dessa origem, existem apenas no mundo imaginário da mente. O mundo é o que pensamos dele. Sem pensar, o mundo não é. E isso é científico. Portanto, a nossa brincadeira é essa: você pratica o inviável e eu o chamo para o óbvio, que é misterioso. Aqui, o paradoxo da Verdade: o misterioso é óbvio e o óbvio é milagre, quer dizer: “fantasia”.

Não prorrogue! O único portal de acesso à realização da Consciência que você é, está aqui e agora. Portanto, pare um pouco, desacelere e veja onde você se encontra. Aos poucos, desnude-se e observe o que é que fica. Completamente nu, não há nada nem ninguém para ser qualquer outra coisa que não a imaculada Observação.

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