Satyaprem estimula a busca da verdadeira natureza do ser
Pensador provoca nas pessoas o questionamento sobre quem elas são
Começo a entrevista com Satyaprem perguntando sua idade. O mítico, cujo nome significa "amor pela verdade" em sânscrito, questiona qual é a relevância dessa informação e me responde: "Aquilo que sou não tem idade, nunca nasceu, nunca morreu. Mora em todos os lugares e em nenhum lugar ao mesmo tempo. No entanto, torna-se inacessível ao senso comum. Seguir a ordem da pergunta sem questionamento mata a originalidade do tema a se abordar, insere o assunto num campo sem vida, comum à mente comum".
Só então, prosseguimos com a conversa. Satyaprem inicia sua fala dizendo que começou sua busca espiritual aos 23 anos, quando estudava jornalismo na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS).
Na ocasião, ele foi "fisgado" filosoficamente pelo pensamento de Carlos Castaneda e do líder espiritual Osho e foi viver em Oregon, nos Estados Unidos, na década de 1980, em uma comunidade conhecida como Rajeeshpuram - uma espécie de "oásis no deserto", para onde se dirigiam todos aqueles que queriam experimentar uma vida livre, desapegada das amarras de uma sociedade escravizada pela ganância financeira.
Lá, Satyaprem, que não considera importante revelar o seu nome de batismo, se tornou um "sannyasin", que significa, basicamente, ser um "renunciante".
Praticou durante anos a meditação ativa e conheceu uma vida de libertação dos sentidos. Aos 53 anos - ele acabou dizendo a própria idade, afinal -, esse gaúcho de Bagé que viveu por muitos anos nos Estados Unidos, na Índia, na Holanda, na Alemanha, na Noruega e na Suécia, trabalhou em comunidades como terapeuta e já publicou seis livros, entre eles "Fragmentos de Transparência", "Quem É você?", "Você É o Buda" e "Além do Colapso das Possibilidades".
Satsang. Satyaprem chega a Belo Horizonte nesa semana para coordenar "satsangs", palavra em sânscrito que significa "encontro com a verdade". "A ideia é provocar o jeito de pensar robotizado das pessoas, convidando-as para um olhar aberto para o que realmente importa na vida: quem é você?", avisa.
Ou seja, não busque respostas clássicas ou definitivas com Satyaprem. O que ele propõe é radical: "O ser humano não tem meta. Não estamos aqui para fazer nada, não temos a menor função".
Pergunto se ele tem uma rotina "normal" ou se medita a maior parte do tempo. "Não há rotina. Todo dia é um dia novo. Não trabalho como 'um ser normal'. Toda a minha energia vital está direcionada à meditação, para que possa ser inteligível. Minha sugestão é que as pessoas deixem de ser 'normais', busquem sua originalidade e a expressem com total confiança e alegria. Assim, verão que trabalho é uma coisa que se faz sem amor, sem gosto. Já aquilo que você faz com amor nunca pode ser chamado de trabalho. É pura brincadeira".
Interpretações. Para Satyaprem, o mundo está perfeito do jeito que é. "Mas não pense que você saiba o que é o mundo. O mundo pensado e publicado pela forja da mídia precisa ser mudado. Desliguem a mídia mundial, e os passarinhos, as flores, as nuvens e o céu azul cantarão sua silenciosa canção, disponível àqueles que não se pensam", explica.
Para ele, a sensação que persegue a humanidade, que se sente massacrada em relação à sua sobrevivência, pode ser mudada. "Pergunte-se diante de tudo que te massacra: quem me força a essa situação? Se você está sendo forçado por alguém, está na hora de se afastar. Se suas crenças o forçam, está na hora de questioná-las. Você tem o direito de viver uma vida leve e feliz", diz..
Satyaprem ensina que todas as sensações ocorrem dentro de cada indivíduo. "Você não tem nome, não tem forma, não tem tamanho. Não há sensação que possa descrever você. Não importa o que faça você está observando. Não importa a imagem, o pensamento, a emoção que venha, pois quem é que sabe disso tudo? Esse é quem você é. O foco é nisso que você é, e não nos objetos de observação. Objetos vêm e vão".
Para o místico, "não importa o que faça, a pessoa está sempre ciente de alguma coisa". "A consciência permanece como cortina de fundo para o que quer que seja que aconteça na periferia. Isso é imutável e não depende de fazer coisa alguma. Essa consciência é independente e não pode ser experimentada porque ela é a própria pessoa", ensina.
Só então, prosseguimos com a conversa. Satyaprem inicia sua fala dizendo que começou sua busca espiritual aos 23 anos, quando estudava jornalismo na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS).
Na ocasião, ele foi "fisgado" filosoficamente pelo pensamento de Carlos Castaneda e do líder espiritual Osho e foi viver em Oregon, nos Estados Unidos, na década de 1980, em uma comunidade conhecida como Rajeeshpuram - uma espécie de "oásis no deserto", para onde se dirigiam todos aqueles que queriam experimentar uma vida livre, desapegada das amarras de uma sociedade escravizada pela ganância financeira.
Lá, Satyaprem, que não considera importante revelar o seu nome de batismo, se tornou um "sannyasin", que significa, basicamente, ser um "renunciante".
Praticou durante anos a meditação ativa e conheceu uma vida de libertação dos sentidos. Aos 53 anos - ele acabou dizendo a própria idade, afinal -, esse gaúcho de Bagé que viveu por muitos anos nos Estados Unidos, na Índia, na Holanda, na Alemanha, na Noruega e na Suécia, trabalhou em comunidades como terapeuta e já publicou seis livros, entre eles "Fragmentos de Transparência", "Quem É você?", "Você É o Buda" e "Além do Colapso das Possibilidades".
Satsang. Satyaprem chega a Belo Horizonte nesa semana para coordenar "satsangs", palavra em sânscrito que significa "encontro com a verdade". "A ideia é provocar o jeito de pensar robotizado das pessoas, convidando-as para um olhar aberto para o que realmente importa na vida: quem é você?", avisa.
Ou seja, não busque respostas clássicas ou definitivas com Satyaprem. O que ele propõe é radical: "O ser humano não tem meta. Não estamos aqui para fazer nada, não temos a menor função".
Pergunto se ele tem uma rotina "normal" ou se medita a maior parte do tempo. "Não há rotina. Todo dia é um dia novo. Não trabalho como 'um ser normal'. Toda a minha energia vital está direcionada à meditação, para que possa ser inteligível. Minha sugestão é que as pessoas deixem de ser 'normais', busquem sua originalidade e a expressem com total confiança e alegria. Assim, verão que trabalho é uma coisa que se faz sem amor, sem gosto. Já aquilo que você faz com amor nunca pode ser chamado de trabalho. É pura brincadeira".
Interpretações. Para Satyaprem, o mundo está perfeito do jeito que é. "Mas não pense que você saiba o que é o mundo. O mundo pensado e publicado pela forja da mídia precisa ser mudado. Desliguem a mídia mundial, e os passarinhos, as flores, as nuvens e o céu azul cantarão sua silenciosa canção, disponível àqueles que não se pensam", explica.
Para ele, a sensação que persegue a humanidade, que se sente massacrada em relação à sua sobrevivência, pode ser mudada. "Pergunte-se diante de tudo que te massacra: quem me força a essa situação? Se você está sendo forçado por alguém, está na hora de se afastar. Se suas crenças o forçam, está na hora de questioná-las. Você tem o direito de viver uma vida leve e feliz", diz..
Satyaprem ensina que todas as sensações ocorrem dentro de cada indivíduo. "Você não tem nome, não tem forma, não tem tamanho. Não há sensação que possa descrever você. Não importa o que faça você está observando. Não importa a imagem, o pensamento, a emoção que venha, pois quem é que sabe disso tudo? Esse é quem você é. O foco é nisso que você é, e não nos objetos de observação. Objetos vêm e vão".
Para o místico, "não importa o que faça, a pessoa está sempre ciente de alguma coisa". "A consciência permanece como cortina de fundo para o que quer que seja que aconteça na periferia. Isso é imutável e não depende de fazer coisa alguma. Essa consciência é independente e não pode ser experimentada porque ela é a própria pessoa", ensina.
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