Satsang é o confronto entre você e os conceitos que habitam a mente. E o conceito primordial que deve ser posto em xeque é o do "eu". Antes de você estar com sede, antes de estar com fome, antes de estar iluminado, obscuro ou iludido, há um "eu". Não existe fome sem "eu", não existe sede sem "eu", não existe sequer "iluminado" sem "eu".
Você diz: "Eu estou com fome". E pergunto: quem é este "eu" que está com fome? O trajeto é tão retilíneo, tão direto, tão pré-programado, que qualquer um responderia prontamente: "Quem está com fome sou eu". Seguindo, proponho uma breve investigação e questiono: você morreria por esta afirmação? Muitos morrem. E ao morrerem por esta afirmação, morrem para a realização de quem verdadeiramente são.
Veja com exatidão: a fome está acontecendo para um corpo/objeto e "algo" a está percebendo. Você não pode ser o corpo/fome porque você é aquele que está vendo a fome em ocorrência. Contemple isso...
E, quando você começar a levantar uma possibilidade de dúvida a respeito de ser este que sente a fome, podemos dizer que você começou a trilhar o caminho do auto-conhecimento. Diga-se de passagem, há grande confusão a respeito deste "caminho". As pessoas estão investindo horrores no conhecimento do corpo e da mente como sendo o conhecimento de si mesmo. Não. Você não é o corpo. Você não é a mente. Pare de tentar tornar ambos perfeitos. Eles já são perfeitamente imperfeitos.
Aquiete-se e acomode-se na plenitude daquilo que está por trás de tudo, vendo tudo – a isto chamamos de "Observação". Isto não pode ser visto porque isto é aquilo que vê. A descrição, a sensação... o que quer que seja, vem depois. Primeiro: Isto! Isto é você e inclui tudo.
Assim como o céu que parece azul e não é azul e inclui tudo.
maravilloso!
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