segunda-feira, novembro 28

o infinito intocado

















Há uma série de mal-entendidos a respeito do aqui e agora, e eu gostaria de elaborar isso. Da maneira como você se concebe, você vive no tempo e não no aqui e agora. O “você” concebido pela mente vive no tempo, e quem você realmente é, não vive no tempo nem por um momento. Existe uma distinção entre aqui/agora e espaço/tempo, note.

Seu terapeuta diz para você ficar aqui e agora. Estou aqui para facilitar uma série de coisas – é importante que você as investigue e veja se fazem sentido. No entanto, o que estou dizendo é apenas um dedo apontando para algo. Agora, investigue!

A Verdade pura e simples é o pleno Silêncio. Não tem uma palavra que possa falar a Verdade, mas, inadequadamente, você não está preparado para isso. Então, vamos nos preparar e você vai entrar no Silêncio naturalmente, sem fazer nada, apenas compreendendo.

Este ponto – o aqui e agora – é crucial para a compreensão de quem você verdadeiramente é. Pondere que “aqui” seja a ausência de espaço e “agora” a ausência de tempo. Em seguida, pergunto: O que há na ausência de espaço e na ausência de tempo?

Participante —  Não tem nada.

Não pode haver nada, pois, se não tem espaço, nem tempo, o que é que tem?

Participante — O infinito.

O infinito é o que você é. Isso, que existe na ausência de tempo e na ausência de espaço, é você. E como nada pode existir na ausência de tempo e de espaço, você, em si, não existe. Essa é exatamente a sua realidade. Você é algo que não pode ser tocado, que não é tangível, que não pode ser medido.

Você tem construído uma entidade imaginária, que é mensurável, e você se identifica com ela. Mas, por que se identificar com algo que não é você? Você sofre tentando manter todas as ideias juntas, conectadas, com uma certa coerência. Freud chama isso de “ego”, e antigamente os budistas chamavam de “eu” – a  noção de que há um “eu”, um alguém com identidade própria, com um limite. Porém, o que é necessário para qualquer limite?

Participante — Tempo e espaço.

Sim, a identidade, a entidade, precisa de tempo e espaço. Para pensar a si mesmo, é necessário tempo – não existe pensamento sem tempo. Da forma como você se compreende, você pode existir sem o tempo? Você pode pensar sem o tempo? Experimente! Pense a si mesmo sem ter tempo para pensar – isso não faz o menor sentido. A verdade é que, se não te derem tempo, você não tem a menor ideia de quem você é. A transcendência do Ser, portanto, ocorre na ausência de tempo e na ausência de espaço.

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