Note, nesse instante: o quê, entre as coisas que você conhece, é imutável? O seu humor muda ou não muda? Os pensamentos são voláteis ou não? E quanto aos sentimentos e às sensações, qual a sua percepção? Tudo permanece o mesmo, desde sempre, ou está em constante transição? Investigue isso e note que você tem se aprisionado à imagem dessa volatilidade como sendo você.
Chamamos de “experiência mística” o dar-se conta de que nada do que está passando em frente aos seus olhos – sentidos, mente, imaginação – vale um tostão furado. As pessoas se alienam baseadas em ideias e imagens, como fizeram aqueles que vieram antes. Sempre foi assim e você apenas repete até que, por obra do destino, perceba que está tentando descrever os sinais de fumaça deixados pelos primeiros nativos do planeta e se estabeleça o fim da ignorância.
A brincadeira proposta em Satsang é mover-se da descrição para Aquilo que observa tanto os fenômenos descritos quanto aquele que os descreve. O observador precisa de um objeto observado. O objeto observado não pode existir sem o observador. Onde você se encontra?
O ser humano tem pecado em um único lugar, ele pensa que é o observador. Não lhe ocorre que ele seja um objeto observado. Mas assim é. Você, enquanto estrutura corpo-mente, é um objeto no espaço-tempo tão observável quanto qualquer outro objeto. Note que você, assim como se concebe, é um objeto passível de descrição, inclusive.
Estamos aqui, portanto, para que se estabeleça um mínimo vislumbre de que você é Observação, você é aquele que observa. E, de nenhuma maneira, é possível descrever o observador. Aliás, nem mesmo é possível conhecê-lo, pois a observação não pode ser vista, ela apenas observa.
Descarte todas as suas armas, ponha todas as ideias de lado e entregue-se. Você se engana em tentar ter uma experiência do observador. Desista! Renda-se à realização de que esse corpo e essa mente sejam observáveis e volte-se para a Observação. Isso é tudo!
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