Olhe para dentro do agora e veja quem você é. Para isso, suspenda a história, suspenda o passado, suspenda todo o conteúdo de memória e encontre a Verdade por trás de tudo.
A mente não é um fenômeno particular, é universal. Ela está o tempo todo em conflito com o que é, e é isso que o deprime. Você imagina e deseja aquilo que não está presente agora, e a imaginação é um fenômeno muito forte. O mundo todo está imaginando, este é o “modus operandi”. Todos passam seus dias imaginando coisas a respeito da realidade, o mundo é construído e mantido em cima disso.
É por isso que quando alguém é convidado a parar de imaginar, a sua intenção deve estar clara a esse respeito. Porque a potência da imaginação é infinitamente maior do que a possibilidade de suspender a imaginação, ainda que temporariamente, só por um mínimo vislumbre.
O que o deixa triste, portanto, é olhar para um copo, afirmar que ele está meio vazio e decidir que quer enchê-lo. O que o deixa triste é a sua insistência em permanecer namorando com as coisas que você não tem, ao invés de gozar daquilo que você já tem.
Namorar com o que você já tem, faz do contentamento uma realidade inevitável. Da mesma forma, se você namora com o que você não tem, é inevitável o descontentamento. Então observe seu comportamento, perceba como a sua mente funciona. Veja o quanto mais você deseja poder e possuir.
Mas não se iluda a respeito daquilo que precisa e pode ser feito para facilitar a convivência no mundo. Se você deseja cavalgar, convém aprender a encilhar e colocar o freio num cavalo. O mesmo acontece a respeito do seu carro: procure balancear os pneus e checar os freios. Estes são movimentos que possibilitam uma prática saudável e, convenhamos, são tão simples que não podem, de maneira nenhuma, impedir o seu funcionamento sem a exaltação da mente. São movimentos que não podem tirar o seu sono ou a sua percepção do agora.
Então, essas “conquistas” são desejáveis. Num certo sentido, a sua competência naquilo que está sendo feito deve ser impecável. Dado o contexto, não tem como tirar uma música com o instrumento completamente desafinado. E, ainda, se havendo grandes impossibilidades, isto também é passível de aceitação. Aceite e mova-se em outra direção, sem grandes dramas. Apenas esteja atento de que a mente sempre quer mais, e ela só o perturba porque vive em conflito com o que está posto.
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