Existe uma possibilidade de engano nesse “processo” de auto-indagação. Ao fazer a pergunta “Quem sou eu?” para si mesmo, você tenta ver algo, você tem ideia de que vai conseguir uma resposta palpável, um objeto. Mas não é possível que você veja a resposta, porque a resposta é aquilo que está vendo. Apenas veja que você é aquilo que Vê. E não se engane, pois isso não pode ser visto, mas a Consciência está consciente de si.
Nenhum objeto intermediário é necessário, por isso chamo de uma visão “não reflexiva” – ela tem existência em si e não precisa de reflexo para saber-se. Até porque, se precisasse, dois observadores seriam necessários: o observador que vê e o que é visto – que, no caso, deixa de ser observador e passa a ser o que é observado.
Portanto, estamos aqui, dia após dia, para realizar o fato de que o mundo dos sentidos só acontece no periférico, na diferença, na dualidade. Em Essência, aquilo que você é não tem diferença nenhuma, é singular. Por isso chamamos de “unidade”, é o não-dual, a não-dualidade. Aqui, não me refiro à unidade como a “mãe” ou o "cosmo", porque no momento em que criarmos uma unidade, estaremos criando dualidade. Para deixar mais claro, prefiro aplicar o negativo, o que não é. É a não-dualidade, que, na Índia, chamam de “advaita”. Advaita significa “não-dois”.
A mente tenta conter a experiência, ela quer viver em contato, ter controle, com a realização do Ser, com a Consciência que você é. Mas esta não é uma função da mente. Sua função é apenas fazer algumas coisas funcionarem. No momento em que ela se esclarece a respeito disso, tudo se acalma.
terça-feira, setembro 20
o ver vendo o ver
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Apenas veja que você é aquilo que Vê. Sem tocar no que quer que seja visto, sem julgamento, nada...Silêncio.
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