sexta-feira, setembro 2
nuvens no céu
Identificado com o corpo e com a mente, você ignora a sua própria natureza. Nessa ignorância, está o sofrimento. Quando você não faz vista-grossa para a sua natureza, que é Observação, você não mais se identifica com a forma.
É uma questão de percepção. Ou você se identifica com a sua natureza ou com a forma, com o corpo e com a mente. Identificado com a forma, você se reconhece como sendo as nuvens que passam. No entanto, o céu não deixa de ser o céu, ainda que ele pense ser as nuvens que estão passando. Clareza acontece quando isso se resolve internamente.
Por que estou dizendo isso? Porque quando você se identifica com a forma, com a nuvem, você teme a morte. Aliás, você teme um monte de coisas. Você sofre de apegos e desapegos. Liberdade acontece quando você repousa na sua natureza, na Observação que você é.
Sofrimento é ignorância de si. Na verdade, não existe sofrimento. Quem sofre é o corpo e a mente. E estamos aqui para investigar o fato da mente e do corpo não existirem. E, se você entende, essa percepção aniquila toda e qualquer carga decorrida da forma. A verdade é que só existe Consciência! Observação é tudo o que existe.
Permita que isso seja acomodado em você: as nuvens vêm e vão sem causar o menor transtorno ao céu. O céu continua o mesmo, ileso.
Essa é a Natureza do teu ser. Isso é você! Você permanece ileso. Ainda que alguém o machuque, ainda que alguém o elogie – tudo isso está acontecendo na periferia –, você permanece, apesar de qualquer coisa, imparcial.
Há uma chance de esclarecer e realizar isso. É o que chamam de iluminação. De repente, torna-se transparente que ela não existe. E a única coisa que você pode fazer por essa realização é ouvir o que está sendo apontado em Satsang e elaborar internamente, ao ponto máximo de compreensão. Porque se houver uma mínima confusão, você não irá fazer investigação nenhuma.
Portanto, pondere: mente e corpo não existem. Tudo o que existe é Consciência.
Consciência ignorante de si mesma é mente. Consciência reconhecendo a si mesma é não-mente. E isso não é um acontecimento, é algo que está presente, aqui e agora.
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Texto claro como água cristalina e que refresca ainda mais que a dita. Obrigado.
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