Pergunto: onde você se perdeu? Quem está pensando não é você! Você tende a ouvir do jeito que quer e essa é a maneira errada. Não esqueça: chame-se pelo seu verdadeiro nome. Acorde para o fato de que você não é quem está pensando!
Hoje, recebi um e-mail de alguém que está fazendo um trabalho no norte do Brasil. Ele estava convidando pessoas para meditar e usou um texto de Osho, que dizia: “Não importa se você tem uma mente quieta, uma mente inquieta, uma mente capitalista, uma mente apaixonada, ou uma mente espiritual. Nós temos que ir além da mente”. Embaixo disso, o autor do e-mail exclama: “Venha clarear sua mente!”
Porém, uma mente clara também não é o propósito. Uma mente escura, clara, turva – o que seja –, não é o ponto. O ponto é, exatamente, descobrir o que proporciona a existência da mente clara ou escura. O que proporciona? O que manifesta você sentado nessa cadeira?
Que gargalhada!
Esse ator, agora, servindo chá na sala de Zazen,
pensa que ele sou eu.
Mas este aqui sentado não sou eu. Nesse momento, a mente é usada para reverter o que ela mesma propõe como realidade, que não tem nada de real. No momento em que se dá conta de que a proposta de realidade posta pela mente não é real, você encontra a verdadeira realidade. Esse processo de reversão é exato, não dá para ir por outro caminho.
Você sempre pensa que é esse que está sentado. Digo: sempre! Você está meditando, está melhor, está quieto, está em paz, está tranquilo, está tendo sucesso... mas nada disso é você. Todos os acontecimentos são periféricos a você. Eles acontecem em você, são manifestações de quem você é, mas não são você.
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