segunda-feira, setembro 5

toda diferença é igual


Já parou para investigar quem é que precisa de tantas referências externas para estar bem ou mal? Mergulhe no agora e veja que você é beatitude, bem-aventurança. Essa totalidade é insuportável para o pequeno eu. É por isso que ele coloca o dedinho do pé dentro dessa realização e diz: “Queimei! Não quero mais...”
 
Por esse motivo a Verdade não te é dada de sopetão. Porém, a proposta trazida aqui é que você releia uma série de ideias que estão totalmente de cabeça para baixo. Por exemplo: “Penso, logo existo!” O que você tira dessa afirmação? Não nos foi ensinado a considerar que, sendo assim, sem pensar, não existimos.
 
Ocorre  dessa maneira porque seria o fim do pequeno eu praticar o não-existir, o não-pensante. A sua existência exige uma sequência temporal. Constantemente, são relembrados e mantidos certos padrões que, por sua vez, formam o seu caráter. Diga-se de passagem, rigidez decorre desse movimento aparentemente natural. Mas, se você prestar bem atenção, tem certas pessoas que não conseguem se abrir à mínima mudança de estrutura. Se você vai na casa de uma dessas pessoas e tira algo do lugar, você irá proporcionar uma experiência de intenso nervosismo para aquela pessoa. Para ela, é como corromper a sua integridade – a integridade do seu caráter –, mudar  a sua cama de lugar. O caráter depende absolutamente das referências.
 
Nesse sentido, é compreensível a prática proposta nos antigos mosteiros: todos cortam os cabelos e se vestem da mesma forma. Isso já faz uma grande alteração naquilo que você considera como sendo “você”. Afinal, o pequeno eu adora a diferença. Mas atualmente já podemos absorver e integrar de uma maneira mais simples e direta. O que precisa ficar claro é que essa é a realidade do pequeno eu, isso não é você. Aliás, na superfície, apesar de levantarmos a bandeira da diferença, todos são iguais. As dores são as mesmas, as limitações são as mesmas.
 
Para começar, seria o fim do pequeno eu, aceitar a igualdade, a unicidade. Portanto, proponho que você converse com seus amigos e veja se há diferença em algum lugar. Ou, até mesmo, vá para um país bem distante, vá para a Escandinávia, e descubra se há diferença em algum lugar. Muda a língua e nada muda, pois a mente é universal. O pequeno eu é universal, e estamos aqui, conversando, porque voltar-se para dentro aniquila todas essas ideias e ressalta a sua natureza mais intrínseca, que é una para com tudo e todos.

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