Quando a questão "quem é você?" é apresentada e você olha para o lugar certo a fim de respondê-la, você compreende algo em totalidade. Não se trata de uma sequência lógica, se trata de uma compreensão.
Para o cérebro esquerdo, que é totalmente mental, intelectual, tal pergunta deve ser respondida através da lógica, ele traça um sistema cartesiano, de causa e efeito. Já o cérebro direito não lê retilineamente, para ele não tem lógica ou explicação alguma. Durante um certo período, estudei o cérebro como parte do trabalho que eu realizava e, claro, procurei referência no Osho sobre o assunto. Havia muito pouco sendo explorado por ele sobre isso, mas em algum momento ele disse: "Meditação acontece quando você acessa o mundo com o cérebro direito". Ou seja: não tem uma ordem. Na verdade, é mais como um "corte", uma ruptura com a lógica e o saber nasce.
Trago este aspecto hoje porque quero provocar em você uma "desordem", não quero que você organize o que está sendo partilhado através de Satsang e crie um sistema fechado a fim de ser reproduzido posteriormente. Não faça isso!
Perca totalmente as referências externas, alojadas no tempo, e fique Aqui. Em tempo, compreenda que o aspecto cerebral foi trazido somente para dizer que você não irá encontrar quem você é no seu cérebro – isso os cientistas também já tentaram e não foram bem sucedidos. No fim, nem o esquerdo nem o direito. Mas, para meios de entendimento, esqueça completamente o cérebro esquerdo, a lógica, e dê uma chance para o cérebro direito, que sabe sem saber.
O nosso encontro consiste em simplesmente invocar o Silêncio que você é. Por isso, às vezes parece não ter nenhum sentido – e não tem mesmo. A mente cartesiana não fica à vontade. Mas precisamos chegar no ponto onde você compreende mas não sabe exatamente o quê está sendo compreendido – foge à razão. Aliás, é um caso de amor. Você não sabe "porquê" mas você ama. E é nessa entrega que se cristaliza o Silêncio, a Consciência que você é.
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