Participante – Satya, ouvi você falar que "se a mente vê uma imperfeição, devemos tentar mudar". É isso? Você pode falar mais sobre isso?
Se eu te der um prego e um martelo para você bater numa madeira que necessita de um prego, com qual parte do martelo você vai bater no prego? Qual parte do prego deve receber a martelada?
Participante – A cabeça do prego vai receber a martelada.
Isso é perfeição. Se bater com o martelo na ponta do prego, seu movimento será imperfeito. Daí, como torná-lo perfeito? Simplesmente, virando o prego. Bater o prego com o cabo do martelo, irá funcionar? Não. Ajuste o martelo e bata do lado certo e seu movimento estará perfeito. Você verá o prego entrando na madeira, seu trabalho estará feito da melhor maneira e você estará livre para ir tomar um café...
Se você vê a mente gerando uma imperfeição – aqui não considere a perfeição exigida pelo contexto social –, se seus sentidos apontam que tem algo errado, você pode alinhar e lavar as suas mãos.
Participante – Na simplicidade.
Onde mais seria, não é mesmo?
É por isso que os carros têm as rodas embaixo, rentes ao chão, e não no teto. É por isso, inclusive, que são rodas e não dados, quadrados. Ninguém tentou inventar uma outra forma para isso, nesse aspecto já houve descanso. Tem coisas que chegam à perfeição, e além dali não têm mais para onde ir. Claro que pode ser aprimorado, mas poder-se-ia dizer que a roda atingiu um estado de perfeição.
Portanto, no contexto da mente, perfeição é remover o subjetivo e ficar com o lado objetivo. Mas você insiste na subjetividade, na abstração da mente e esquece da sua funcionalidade. Você diz: "Minha mulher não me ama". Oras! Por que ela deveria te amar? Qual é o problema? Se você questiona a subjetividade dos pensamentos propostos pela mente, compreendendo e aceitando qualquer que seja a realidade do momento, isso quer dizer que sua mente está alinhada objetivamente.
O aspecto subjetivo só existe na mente hipnotizada, inconsciente, que está sempre preso às referências externas – que oscilam no tempo. Acorde e veja. Quando a mente propõe que aquilo que está ocorrendo não deveria ocorrer, traga sempre a seguinte questão: "Por que não?" O "porque" é sempre o problema. Na simplicidade da mente funcional você dissolve qualquer drama com a chave do "por que não?" e torna-se livre, para ver o que deve ser feito no momento presente. Perfeição nasce dessa Presença.
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