Existe um vaivém na mente, e isso é inevitável. O meu ponto é: Onde você põe a sua atenção? O que você alimenta? Você fica ainda no pensamento, colocando gasolina no fogo, ou você apaga?
Na verdade, proponho que você nem apague nem acenda, não faça nada. Isso é o não-fazer, você simplesmente não se envolve. Se há um inferno deixe-o, aceite-o do jeito que está. Quando você não se envolve e não se apega às coisas, elas não são um problema, apenas algo está acontecendo e vai passar. Nada precisa ser feito, porque passa. Essa é a natureza das coisas: passar. Se você sabe disso, que necessidade tem de fazer alguma mudança ou interferência? É aí que existe descanso, relaxamento, paz. Nisso, você simplesmente olha e espera.
Participante — E se pisam no seu pé e vem a raiva, você não impede a raiva. Acontece uma série de coisas e você só observa aquilo acontecendo. É isso?
Não é nem você que observa, é a Observação que observa. Pisaram no seu pé e você ficou com raiva – fique com raiva, qual é o problema? Tudo é perfeito do jeito que está, você não precisa fazer nada. Existe somente a necessidade de ver Aquilo que você é e descansar nisso – não que você tenha a escolha exata, mas você tem que seguir o que estou dizendo.
A mente tenta fazer uma construção coerente de “como agir a partir de agora” – você se dá conta? E eu pergunto: Qual é a resposta para isso? Você não pode se preparar para a vida – você está despreparado para a vida, essa é a realidade. Viva momento a momento. O que acontece, acontece.