segunda-feira, março 4

a redundância, o verde e o azul


Participante – Satya, quando você abre espaço para que façamos perguntas, percebo que eu poderia formular alguma pergunta, porém isso envolveria a mente e a mente é muito barulhenta. Então, prefiro repousar no silêncio do observador.

Que fantástico! Você diz: "A mente é muito barulhenta". E eu não posso deixar de perguntar: Se você faz uma afirmação a respeito de algo usando a mente, ainda que diga que "a mente é muito barulhenta", em realidade, onde você se encontra? Onde você está repousado nesse instante?

Dê-se conta de que não existe absolutamente nenhum evento que ocorra na ausência do observador, da observação. O que está acontecendo é apenas um equívoco da mente, que propõe que quando ela está, há barulho e, com isso, não há silêncio. Isso é uma falácia! Não consuma esta inverdade. 

Você é sempre – sempre! – a observação. Se a mente está barulhenta, o que isso tem a ver com você? Se você se dá conta de que a mente é barulhenta, assim como o céu é azul ou as árvores são verdes, pondere: o que você tem a ver com isso? 

Em quietude, apenas há a observação da mente sem adjetivo algum.. A propósito, "mente barulhenta" é uma redundância. Veja a mente e não faça nada com isso. Remova o "barulhenta", pois este já é um produto da própria mente – e você o está consumindo como verdade. 

Há um julgamento que diz "mente barulhenta" e isto não passa da própria mente entrando, disfarçada, pela porta de trás. O mais relevante aqui em nosso contexto é ver que mesmo diante do barulho da mente há a quietude da observação. Estamos abordando algo muito sutil. Não é para quem está passando é para quem para. Portanto, pare, fique quieto e ainda mais quieto – e saiba. 

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