sexta-feira, março 15

o coração além do coração


Há muito tempo atrás – bastante tempo – eu não estava me sentindo de bem com a vida. Eu pensava: "Não pode ser só isso. Tem que ter algo mais. O que está faltando?" E abriu-se, ali, sem nenhuma razão aparente, um caminho, um chamado.  O chamado foi de tremenda simplicidade – e talvez por isso eu não o tenha atendido, primariamente.

O que vou dizer agora não é de um todo preciso – por isso, perdoe-me –, mas vem a elucidar o momento: a partir daquele instante, é como se eu tivesse passado por uma grande preparaçãopara ser eu mesmo. E levei tudo isso muito a sério!

O que ficou claro é que tudo o que eu fiz não me levou a nenhum lugar proposto pela minha mente. No final, o que encontrei foi Eu mesmo – e esse eu não é nada do que eu pensava.

A compreensão se deu em perceber que aquilo que eu estava buscando era aquilo que estava buscando. O fato é que, a partir daí, uma nova perspectiva surgiu; de tal maneira que hoje falo uma outra língua. Parece Português, mas não é.  E o melhor dessa nova língua é que não tem "quem" a compreenda. É preciso deixar de ser "alguém" para Ver.

Deixe-me explicar de outra maneira: a mente é mau entendedor. Dessa linguagem, o coração é um bom entendedor. Porém, mais fundo, deve ser percebido que a compreensão vai além até mesmo do coração. Olhe agora e veja onde você se encontra: se na mente, no coração ou além do coração. De onde estou olhando, você está além do coração.

A mente tenta compreender o que ela não pode compreender. Na verdade, a mente não consegue nem mesmo "entender" – e aqui faço um paralelo entre "compreensão" e "entendimento". A mente não entende. O coração, sim, é capaz de entender – é por isso que, para começarmos o nosso diálogo, o coração deve estar presente. Mas, ao final, além de tudo, a compreensão emerge do Ser, que reconhece a si mesmo.

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