segunda-feira, novembro 8

o desconhecido é estranho à mente















A sua mãe disse: “Não converse com estranhos”.
E o Ser é estranho à mente.
Logo, por você se identificar com a mente,
o Ser aparece como estranho.
E como é da natureza do Ser permanecer eternamente no desconhecido
e "inconhecível", a estranheza permanece intacta.

A crença de “não conversar com estranhos” tem um poder.
E, nesse momento, ela quer dizer: “Não veja quem você é, não volte para casa”.
Porque existe uma estranheza.
Você vai se estranhar, diante do desconhecido.
Mas a verdade é que você nunca se conhecerá,
porque conhecer implica em determinar, medir, em ter um objeto,
em ter uma relação sujeito-objeto.
E o Ser é pura subjetividade, nunca vai se tornar um objeto.

Dê-se conta de que o visto não é quem vê e quem vê nunca vai ser visto.
O software deve ser inteligentemente removido.
Ou melhor, colocado no lugar dele.
Ele tem uma função prática em relação aos objetos percebidos pelos sentidos,
mas não a respeito da sua natureza mais íntima, que é o Ser.
Ele não tem absolutamente nada a ver com isso.
Nesse aspecto, ele pode ser descartado, pode ser colocado de lado.
A sua cabeça, simbolicamente, perde o valor
o seu coração passa a ter mais valor.
Mas, aqui, permita-me discriminar algo:
não estou falando do coração-sentimento, estou falando do coração-cerne,
do coração-ser, do âmago, do mais profundo.
E o mais profundo não fica no topo.

Na linguagem dos "seres humanos",
não estar no topo é estar embaixo.
E na linguagem mística, não estar no topo é estar no centro,
é estar dentro.
Então, olhar para dentro começa a subverter ou reverter
a ordem do seu subconsciente.

Perder a cabeça é tomar consciência de que a cabeça, a racionalidade,
não rege e nunca regeu nada.
Só parece que sim.
Mas você já observou um iceberg?
Tem uma mínima parte aparente, no topo, acima da água.
E até parece que ali se encontra o timão, no sentido de direcionamento.
Mas se você mergulha e olha lá embaixo, vê que 90% do iceberg está submerso
e, em realidade, aquilo que está submerso é que dirige,
porque é aquilo que está submerso
que está mais intrinsecamente ligado ao movimento das águas.

Essa metáfora aqui se aplica perfeitamente:
o que aparece não é, e o que é não aparece!
Agora, decida: quem é você?
Você é aquilo que aparece aos sentidos
ou aquilo que não aparece aos sentidos,
mas onde os sentidos aparecem?
A Consciência não aparece,

são os sentidos que aparecem na Consciência.

Um comentário: