quinta-feira, dezembro 22

o nada e o amor à sombra da figueira





















Nisargadatta Maharaj disse: “Sabedoria me diz que eu sou nada”. Sabedoria é quando você olha e vê, é quando você sabe quem você é. E todos que olham, concordam, vêem o mesmo. Diante de tal concordância, revela-se o indescritível. A Consciência que nós somos não tem forma, nem tamanho – isso é o que a sabedoria nos revela.

Nisargadatta está nos dizendo que saber quem somos é saber-nos nada. Agora, encontre isso! Investigue e veja o que habita por trás de todos os véus de conceitos gerados pela mente. De repente, Atenção brota, vinda de lugar nenhum, e não há uma só criatura nesse universo que não seja Isso.

Cada vez que você atende ao convite do Silêncio, cada vez que você olha para esse “lugar nenhum”, apenas uma coisa fica evidente: tudo some. Até mesmo o seu corpo desaparece, quanto mais a ideia de “eu” e do mundo.

Nisargadatta continua: “Sabedoria me diz que sou nada, Amor me diz que sou tudo – entre os dois, a minha vida flui”. O Amor revela que não há nada nem ninguém que não seja eu mesmo, que não deva ser respeitado e honrado como eu mesmo. Não existe o outro, só tem um. Somente na mente "eu sou eu" e "você é você", isso é o que aparece aos nossos olhos, na periferia, e provoca todo o engano.

O Amor, o reconhecimento de quem você é, é o que apazigua todas as relações. Quando você olha e vê que tudo é você, não existe mais conflito e medo.

Essa é a Verdade, o poço está aberto, transbordando... você bebe ou não bebe. Nada pode ser feito por você, nem mesmo posso te dar esse Amor – o poço não vai sair correndo atrás de você, oferecendo um copo d’água. 

O Amor é como uma árvore, uma figueira enorme nos Pampas, num dia de calor. Quem quiser sombra, se acomoda embaixo dela, quem não quer, fica no sol tostando a nuca. 

Um comentário: