sexta-feira, novembro 11

os olhos fechados do buda estão abertos


Quando a luz acender, abra os olhos e deixe que ela te guie. A visão presente não tem nada a ver com o que passou, nem com o que virá. Quando um buraco surge na sua frente, olhe para ele apenas como um buraco, e desvie. A mente cataloga todos os buracos e faz uma ligação entre eles. Esqueça isso! A mente não pode ver em tempo real, ela se relaciona sempre com o “antes” e com o “depois”. E você aceita essa imposição, até que esteja atolado até os chifres - quando pode surgir a possibilidade de dar-se conta que a realidade do momento presente não passa pela mente.

Observar é a sua natureza, e a luz é o que se acende na presença de alguém que aponta para isso. Na maioria dos casos, as pessoas então tão involucradas na ilusão que, de um susto, a luz acende sozinha. Essa é uma pequena chama, é um nascimento, digamos assim, de um “novo você” e agora você deve restabelecer uma nova visão, uma nova leitura, quase que desde o ABC, com a vida, e praticamente reaprender a mover-se no mundo a partir disso.

Mas, você insiste em tatear cego, acreditando que precisa de tempo para ver quem você é. Acorde! Observação não precisa de tempo para ocorrer. Antes de todos os acontecimentos, a observação está presente. Ela não vai a lugar nenhum, nem precisa crescer. Você, cego, nada pode fazer. A Observação se retro alimenta, ela não depende absolutamente de nada nem ninguém. Aliás, ela é tudo o que existe.

Neste “novo você”, seu cérebro começa a se organizar de uma maneira diferente, você passa a se mover de outro modo. Sem processo mental, sem processo intelectual, o cérebro começa a responder no presente. Este movimento não é exercido por uma entidade imaginada, é exercido por uma visão em real time, em tempo real.

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