Ontem vi um filme e notei algo muito interessante. O nome do filme é “Depois da chuva”. Em um certo momento, ocorre uma luta entre samurais e, no cenário, aparece um painel que diz: “Não há verdade enquanto filosofia, mas fatos”. Não sei até que ponto a tradução daquela frase estava correta, porque a escrita original estava em japonês. Mas, de qualquer forma, pergunto: O que são fatos?
Fato é aquilo que é inegável. Por exemplo, você não pode negar que, aqui onde estamos, esteja claro, agora. Qualquer que seja a palavra que usemos para descrever o “claro”, o fato é que a experiência é singular para todos nós. Isto é um fato, não é discutível. Não é uma questão de acreditar ou não. Agora é dia e está claro – e ponto final.
Trazendo para o contexto de Satsang, aplicamos este tema da seguinte maneira: quando duas pessoas se encontram no ambiente do “fato”, elas deixam de ser duas pessoas e tornam-se uma “coisa” só. Ou seja, a experiência é única e indivisível. Estou falando do simples, do óbvio.
Acordar, então, significa reconciliar a unidade entre nós. A prática do ser humano tem sido dividir, é isso o que a mente faz. Para sobreviver, a mente discorda e divide. Aqui, em Satsang, a sua mente é posta em contraste com o fato, pois, no fato não tem discussão. A diferença, no caso, a mente com a noção de “eu” e “você” desaparece e fica somente aquilo que é totalmente visível e diretamente experienciável.
Há um “ponto” em que todos nós nos encontramos e este “ponto” é único e exatamente o mesmo – não tem o que discutir. Se você está discutindo é porque você não está vendo. Na verdade, não estamos aqui para criar uma nova filosofia, um novo dogma. Aqui, peço que você veja, por si mesmo, aquilo que está sendo apontado. Apenas o convido a investigar quem é você, além e apesar de todos os conceitos.
Você está apto a ver que quem quer que seja que você pense ser, naturalmente, tem a ver com uma sensação de separação, com uma sensação de individualidade, com uma sensação de isolamento, de diferença. Todas as sensações estão relacionadas ao objeto, porém, o objeto não existe sem a Consciência do objeto. Portanto, você é o objeto ou a Consciência do objeto?
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